A Angústia de viver uma realidade não feita para Pessoas com Deficiência

Caro leitor, permita-me mergulhar em sua alma e trazer à tona a angústia que permeia a realidade vivida por nós pessoas com deficiência. Sinto a necessidade de revelar a injustiça dessa condição, na qual somos confrontados com uma realidade que não foi projetada para acomodar nossas necessidades e anseios mais profundos. Desde tempos imemoriais, carregamos o peso do preconceito e da marginalização. Numa era preconceituosa, somos tratados como meras sombras, relegados ao papel de "companhia de fotos no Instagram". Somos apagados dos desejos e fantasias, excluídos do âmago das experiências sexuais que a sociedade concede aos considerados "normais". Essa injustiça nos impede de explorar os horizontes do prazer, da paixão e da intimidade em sua plenitude, como os demais. A angústia que nos envolve é acentuada pela constatação de que a coletividade, com seus padrões estéticos rígidos, nos coloca em uma posição de desvantagem. Os PCDs que não se encaixam nesses padrões são prontamente descartados, desprovidos do desejo alheio. Somos esquecidos, relegados à margem do que é considerado belo e desejável. Nossos corpos marcados pela deficiência são colocados em uma prisão de exclusão, privando-nos do direito de vivenciar o amor e a intimidade em sua plenitude. Diante dessa realidade, muitos de nós sentem a necessidade de buscar alternativas, superar as barreiras que nos são impostas. Por vezes, encontramos na companhia de profissionais do prazer uma forma de suprir a ausência de experiências íntimas. Na incessante busca por conexões significativas, nos deparamos com barreiras intransponíveis. As estruturas inacessíveis que nos cercam nos envolvem numa teia de limitações. A simples jornada de sair de casa e chegar à calçada se torna um desafio hercúleo, enquanto a conversa sobre nossa deficiência é evitada ou tratada com desdém. É como se, ao carregarmos uma deficiência, o preço que pagamos fosse dobrado. A falta de privacidade, o constante medo e insegurança, a luta diária contra obstáculos físicos, tudo isso nos priva do encontro com aquelas pessoas que poderiam, por um breve instante, amenizar a solidão que nos assola. É uma dor silenciosa, mas profundamente sentida, ecoando em nossos corações. Ainda assim, guardamos uma centelha de esperança em nosso ser. Ansiamos por experiências genuínas de amor e companheirismo, por compartilhar nossos segredos mais íntimos e viver sem medo. Desejamos desvendar as dimensões do prazer, oferecer e receber deleites inefáveis, e assim deixar nossa marca no fluxo do tempo.


Andre Marinho


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