A investida da Extrema Direita contra a Solidariedade
Permitam-me iniciar esta reflexão destacando uma figura paradoxal que, infelizmente, ainda permeia nossa sociedade: o pobre de direita. Este indivíduo, defensor ávido do capitalismo, ironicamente, carece de poder aquisitivo. Apesar de seu apoio à propriedade privada, não possui bens em seu nome. Expressa sua oposição ao aborto, mas se opõe à educação sexual nas escolas. Este ser é orientado por falsos profetas que, sob o manto da fé, acumulam mansões e carros luxuosos, enquanto os pobres fiéis permanecem na penúria. O pobre de direita, ao entregar o chicote ao patrão, revela uma propensão à própria escravidão, sendo contrário aos direitos trabalhistas, ao SUS e desprovido de plano de saúde.
E, da mesma cepa, surge a Extrema Direita, comandada por indivíduos de caráter questionável que utilizam sua influência e poder para manter um status quo prejudicial.
A Extrema Direita, desprovida de limites éticos, protagoniza recentemente em São Paulo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar organizações na infame Cracolândia, localizada no centro da capital. Conscientes de que essa região é ocupada por dependentes químicos, entendemos que o local é relegado ao desprezo pela elite, que, por sua vez, conta com o respaldo do governo paulistano, aparentemente indiferente a essas pessoas.
É com profunda indignação e pesar que trago à tona uma realidade que escancará as distorções de valores em nosso cenário político. A abertura da CPI da Cracolândia em São Paulo revela uma manobra deturpada, liderada pelo vereador Rubinho Nunes do União Brasil, que, pasmem, destinou R$ 1,5 milhão de dinheiro público em emendas para festas e videoconferências. Este ignóbil, à frente dessa trama da Extrema Direita, orquestra uma investigação questionável, visando nada menos que o incansável Padre Júlio Lancelotti.
Agravando o quadro, diversos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo endossam essa afronta à sensatez. Eis uma lista infausta, contendo nomes e partidos desses protagonistas desta basbaquice, que merece sua atenção:
- Rubinho Nunes (União Brasil)
- Adilson Amadeu (União Brasil)
- Sandra Tadeu (União Brasil)
- Thammy Miranda (PL) - retirou a assinatura
- Fernando Holiday (PL)
- Isac Felix (PL)
- Xexéu Tripoli (PSDB) - retirou a assinatura
- Fábio Riva (PSDB)
- João Jorge (PSDB)
- Gilson Barreto (PSDB)
- Beto do Social (PSDB)
- Rute Costa (PSDB)
- Bombeiro Major Palumbo (PP)
- Sidney Cruz (Solidariedade)
- Rodrigo Goulart (PSD)
- Danilo do Posto de Saúde (Podemos)
- Dr. Milton Ferreira (Podemos)
- Jorge Wilson Filho (Republicanos)
- Sansão Pereira (Republicanos)
- Dr. Nunes Peixeiro (MDB)
- Rodrigo Goulart (PSD)
A pergunta que ecoa é: por que esses vereadores permanecem inertes diante do tráfico de drogas na região da Cracolândia, onde todos conhecem quem são os verdadeiros responsáveis? A busca por uma investigação efetiva contra aqueles que alimentam o ciclo de destruição é substituída por uma investida descabida contra quem estende a mão aos necessitados, proporcionando alimento àqueles que têm fome e abrigo aos que sentem frio.
Este mau caratismo revela-se inaceitável, uma afronta à ética e à verdadeira missão de representar os interesses da sociedade.
Em meio às controvérsias e injustiças que assolam nossa sociedade, surge a figura do Padre Júlio Lancelotti, um verdadeiro servo de Deus que abraça a missão de seguir os ensinamentos de amor ao próximo deixados por Jesus. Sua dedicação à salvação de almas e ao conforto daqueles que mais necessitam destaca-se como um serviço pastoral de beleza ímpar.
Entretanto, enfrentamos uma cruel realidade: a Extrema Direita, movida por interesses questionáveis, busca silenciar essa voz de solidariedade. Padre Júlio, ao entender a essência da mensagem cristã, é alvo de uma investida que vai além da oposição ideológica. Há uma tentativa, por parte de cidadãos tidos como abastados, de desviar o caminho da compaixão para trilhar o perigoso atalho da violência e egoísmo.
A cracolândia, triste testemunha das mazelas sociais, é mais do que um epicentro de dependência química; é uma expressão dos interesses do mercado imobiliário. A elite, ao invés de enfrentar as raízes do problema, perpetua a situação, pois, para alguns, a miséria humana torna-se um mal necessário para a manutenção de seus privilégios, alimentando a corrupção e o crime organizado.
As palavras do Padre Júlio ecoam em denúncia: uma cidade com inúmeros hospitais revela um povo doente, e uma profusão de igrejas, paradoxalmente, denuncia a desumanidade que permeia as ruas. O contraste é evidente em São Paulo, onde a presença maciça de igrejas não elimina a presença de pobres, ao contrário, expõe a indiferença de muitos diante do sofrimento alheio.
Ao criticar aqueles que vivem nas ruas, roubamos-lhes não apenas a dignidade, mas a oportunidade de compreender suas histórias e, assim, contribuir para a superação de suas adversidades. Cada pessoa em situação de rua carrega consigo uma narrativa única, merecedora de respeito e empatia.
O uso de drogas como fuga da dura realidade não é o erro central; é a sociedade que aceita, de maneira inerte, a existência de condições desumanas. Errado é o olhar passivo, é o não fazer nada, é atrapalhar aqueles que, como Padre Júlio, verdadeiramente estendem a mão aos necessitados.
Em tempos em que a extrema direita mostra sua face mais sombria, reafirmo: onde esse pensamento se instala, quero estar longe. Convido a todos para refletirem sobre a importância de nos unirmos contra a indiferença e a injustiça. O blog Território PCD está aberto para aqueles que desejam aprofundar essa discussão.
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