Diálogo na AADV de Poços de Caldas

 


No dia 10 de abril de 2024, tive a oportunidade de visitar a Associação de Assistência aos Deficientes Visuais de Poços de Caldas (AADV) juntamente com o Márcio, colega e também cadeirante. Nossa missão foi clara: compreender as dificuldades enfrentadas pelos atendidos e identificar as necessidades da comunidade com deficiência visual em nossa cidade.

Nós dois fomos até a AADV, uma instituição dedicada à deficiência visual, para ouvir e entender melhor as necessidades dos atendidos. Reconhecemos a importância de dialogar com todas as pessoas com deficiência, compreendendo cada necessidade e todas as diversidades, visando alcançar o bem comum que é a qualidade de vida para todos e o respeito aos direitos individuais.

Minha chegada mais cedo devido ao transporte permitiu que fosse recebido pela Vânia, assistente social da instituição, com quem compartilhei informações sobre os acontecimentos recentes na cidade antes de um almoço agradável e bem preparado que foi oferecido aos atendidos.

Após o almoço, as atividades na instituição começaram. Pude testemunhar o ensaio do coral, uma experiência que reforçou a importância da música como catalisadora de mudanças individuais e coletivas. A melodia de um acorde pode ser mais do que apenas som; é um instrumento de transformação.

Após o ensaio do coral, começamos nossa conversa com os atendidos. Destaquei que é somente por meio de nossa organização que conseguiremos implementar melhorias para o nosso coletivo. Não basta apenas apresentar demandas soltas para vereadores, figuras influentes na cidade, empresários renomados ou mesmo para as próprias instituições; é preciso pensar fora da caixa. O ponto crucial é saber como formalizar essas denúncias, obtendo um número de protocolo para exigir a execução do que não está sendo cumprido. A formalização das denúncias é fundamental, pois fornece provas tangíveis que podem ser levadas ao Ministério Público em casos de violações de direitos.

Os atendidos da instituição compartilharam suas grandes dificuldades com as calçadas, que muitas vezes apresentam degraus e não são mantidas adequadamente. Eles também expressaram sua frustração pela falta de conscientização da sociedade em relação ao uso correto do piso tátil. O piso tátil tem a finalidade de auxiliar a pessoa com deficiência visual a se orientar no ambiente urbano, servindo como um guia para sua locomoção. No entanto, é lamentávelmente que muitas pessoas não compreendam que o piso tátil não deve ser utilizado para marcar a posição de uma cadeira em um bar ou para organizar o alinhamento de uma fila.

Uma das reclamações que me chamou atenção foi o fato de que muitas farmácias colocam adesivos com os preços sobre o Braille nas caixas, dificultando assim a leitura tátil das pessoas com deficiência visual. Isso não apenas prejudica a acessibilidade, mas também representa um obstáculo para o usuário que busca informações vitais. Essas situações evidenciam a necessidade urgente de sensibilizar e educar tanto estabelecimentos quanto a sociedade em geral sobre a importância da acessibilidade e do respeito aos direitos das pessoas com deficiência.

Nosso diálogo foi produtivo, orientando os atendidos sobre como formalizar denúncias no site e-Ouve, tanto online quanto pessoalmente para aqueles com dificuldades de acesso à internet. E também nos colocamos à disposição para ajudá-los pessoalmente.

Este foi apenas um dos muitos caminhos em direção à inclusão e cidadania em Poços de Caldas, e estou comprometido em continuar essa jornada em prol dos direitos e da qualidade de vida das pessoas com deficiência.

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